Declaração dos direitos da mulher (Inês Stanisiere)
Toda mulher tem o direito:
- De ter saudade de quem amou, não importando se essa pessoa era certa ou errada para ela;
- De ficar triste o tempo que for preciso, mesmo quando preferia apressar as horas;
- De chorar sem motivo aparente, quando o coração aperta e a garganta se cala;
- De duvidar de si quando precisa tomar decisões difíceis mas já não há mais escolha;
- De ter medo de não conseguir chegar a lugar nenhum, ficando presa no meio do caminho, entre dois mundos;
- De amar, amar e amar, quantas vezes quiser, sendo mais teimosa que todos os obstáculos juntos;
- De querer alguém ao lado que possa compreender o que é ser mulher, respeitando-lhe cada diferença;
- De sofrer porque muitas vezes nada faz sentido e a solidão se torna inevitável, mesmo quando ela não queria mais estar só;
- De ser amada exatamente como é, sem precisar emagrecer, pôr silicone ou sorrir para quem lhe dá nojo;
- De não ter esperanças quando a vontade de desistir surge mais forte e lhe turva a visão;
- De brigar quando quiser e de não brigar também quando o coração lhe soprar paz;
- De amar até aquele que não sabe lhe amar;
- De encontrar uma forma de viver que lhe permita ser mulher e não máquina insensível;
- De ter tempo para se ouvir e se acolher, ao invés de fingir;
- De se afogar nos seus maremotos emocionais, porque já aprendeu que a tempestade não dura para sempre;
- De ser generosa consigo porque sabe que é humana e falha, e vai continuar errando enquanto existirem tentativas de ir mais longe;
- De se permitir apenas sentir;
- De ser feliz em toda sua plenitude;
- De ser livre;
- De ser apenas mulher.